quarta-feira, 14 de março de 2012

1ª CAMINHADA DA FÉ: A IMPORTÂNCIA DE UM CAJADO NA CAMINHADA

Cajado de bambu
Olá pessoal da 1ª CAMINHADA DA FÉ, Circuíto "Caminhos da Fé Rural" de Mandaguaçu. No dia da caminhada, estaremos fornecendo Cajados de bambu para os participantes. Como não são muitos e, não vai dar para atender a todos, estamos fazendo reservas antecipadas. O valor é simbólico, só para cobrir algumas despesas. Valor: R$ 5,00. Reserve antecipado para não ficar sem o seu cajado. Por telefone: 9157.6200 (Luiz). por e-mail: luizvolpato2004@hotmail.com

SAIBA MAIS SOBRE O "CAJADO".

O cajado, também chamado de bastão, além de possuir um aspecto simbólico (vide que a maioria dos nossos Santos possui um cajado como um símbolo), é um objeto tradicional em uma caminhada, é um instrumento importantíssimo, vai desde a sua utilização no equilíbrio do corpo cujo centro de gravidade foi modificado devido ao peso da mochila, principalmente ao caminharmos em terrenos pedregosos ou barrentos, bem como para facilitar o peregrino nas suas subidas e descidas. Os peregrinos de antigamente amarravam na extremidade superior uma cabaça utilizada para recolher água nas fontes, atualmente as mesmas foram substituídas pelos cantis.
O cajado permite a transferência para os nossos braços de uma parte do nosso esforço nas caminhadas, ajudando a manter o ritmo da mesma, permitindo uma maior facilidade nos trechos íngremes ao efetuar a transferência para os nossos braços de uma parcela do nosso esforço, bem como ajuda a descansar os joelhos e as coxas nas descidas longas e nos terrenos bastante irregulares os quase em forma de uma escada.
Além do acima mencionado, o cajado permite a verificação da profundidade do terreno lamacento com a finalidade de não mergulharmos as botas além de uma profundidade aconselhável, saltar determinados obstáculos (devemos tomar cuidados para que o mesmo não venha a se quebrar – cajados não devem ser utilizados como “salto com vara”), permite nos defendermos em determinadas ocasiões, quer sejam contra alguns animais ou mesmo contra o próprio homem e por que não dizermos, servir utilizando sua ponta como de um instrumento verificador, pesquisando algo que não queremos utilizar as nossas mãos.
Um bom cajado deve ser leve, resistente e ter um comprimento próximo à sua altura. Na parte superior do cajado, existem muitos dos peregrinos que costumam efetuar algumas modificações, decorando de maneiras as mais variadas possíveis, vai aí um pouco da parte artística de cada um, a maioria costuma gravar o seu nome.
Recomendamos a utilização da seguinte regra básica.

- Mantenha o braço e o antebraço num ângulo de 90 graus;

- Pouse simplesmente o cajado no solo não batendo o mesmo como a querer marcar compasso;

- No caso da utilização de apenas um cajado, alterne as mãos, mais ou menos a cada meia hora, visa facilitar o equilíbrio na distribuição do peso permitindo a movimentação dos dois lados do corpo e evitando o vício de postura;

- O cajado deve acompanhar a passada da perna oposta à mão que a segura;

- O pulso deve movimentar o cajado quando o terreno for plano.

Sobre cajados, não poderia deixar de aqui transcrever um lindo trecho de fé e humildade do livro de Maqui: “Guia do Peregrino do Caminho de Santiago”, um dos primeiros livros que li antes de efetuar a minha peregrinação a Santiago de Compostela.

O Cajado Possui aspecto simbólico
“Perto do cemitério, a mais ou menos um quilômetro de Viscaret, depois de um escorregão muito coreográfico, decidi que precisava de um apoio, uma perna a mais. Deixei a mochila no chão, tirei o canivete e procurei uma árvore. Num pequeno bosque, escolhi uma aveleira não muito grande e realizei um pequeno ritual. Ajoelhado, toquei o tronco com as duas mãos. A chuva tamborilava nas folhas e no meu chapéu. Um pingo grosso caía de tempos em tempos e regulei a minha respiração por aquele compasso lento. Era a minha maneira de dizer à chuva que respirava com ela. Pedi desculpas à árvore e expliquei que precisava de um de seus galhos para um bastão. Esperei alguns minutos para que ela se resolvesse e se preparasse para o corte. Escolhi um galho reto, um pouco mais grosso do que um polegar, e cantarolei uma música inventada, enquanto separava o galho do tronco. A letra da música falava das aventuras que esperavam o galho ao longo do Caminho, convidava-o a seguir comigo a Santiago e talvez mais distante ainda. Terminei a canção com uma promessa solene de devolvê-lo a terra, quando tudo estivesse terminado. O galho cedeu e aparei as pontas até ter um bastão castanho-escuro, de mais ou menos um metro e meio. Era razoavelmente reto e um apoio confiável. Agradeci à árvore, deixei uma maçã junto ao tronco e voltei ao trabalho.”

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